Filho de Boto
O sol nascia e parecia que naquele dia nascia mais devagar, como uma criança saindo do útero da mãe. A ‘menina do interior’ com a mão na água sentia toda frieza que a temperatura da manhã trazia. Era seu aniversário, 13 anos, havia uma dor no pé barriga, não sabia o que era, algo errado no seu corpo. Uma coisa tinha notado, desde que chegou na tábua de lavar, havia por ali por perto um grupo de botos, geralmente eles não vinham assim tão perto, mas hoje, estavam ali, estranho, pensou!
Os botos brincavam, se exibiam, dava a impressão que queriam dizer alguma coisa a ela, acostumada àquela vida, não ligou muito para aquele espetáculo. De repente foi sentindo uma coisa quente no meio das pernas, se assustou, passou a mão, viu sangue, será que estava doente? Tinha se sentido tão bem esses dias, a dor tinha começado no começo da noite de ontem, um medo percorreu todo seu corpo. Os botos continuavam seu show cada vez mais animados.
Segurando a cuia se inclinou para pegar água, quando sentiu um peso pelo lado do seu corpo, caiu na água e foi sendo levada, arrastada pelos botos, cada um mais animado do que o outro, com os seus focinhos tocavam seu sexo ensangüentado, era uma sensação diferente, tentava nadar, já começava se afogar, eles em cima dela, eram fortes, nadavam rápidos, urfarvam excitados, ela também se sentia excitada, seus corpos no dela, tocando seu órgão genital, quando de repente tudo escureu.
Naquele ano o ‘coordenador da comunidade’ tinha certeza, seria uma das melhores festas de São Pedro que eles viveriam, estava quase tudo arrumado, o andor do santo, o barco que levaria o santo, as bandeirolas, o bar com muita bebida, as galinhas assadas, os bolos e o conjunto que ia animar a festa; e todos na vila estavam contentes, afinal de contas, o padroeiro da comunidade tinha mandado muitos peixes para eles, fazia tempos que eles não tinham pescaria tão boa. A hora já avançava, a gente das comunidades vizinhas já começavam a chegar, é hora de arrumar as últimas coisas. Pensava porque o padre não vinha, só aparecia ali atrás de dinheiro e olhar para a mulher de todo mundo!
A ‘menina do interior’ despertou, sentiu o corpo um pouco doloroso, viu que estava um pouco mais abaixo de onde se encontrava a tábua de lavar, foi para lá, tinha que lavar a louça, hoje havia muitas coisas a serem feitas, era dia de festa do padroeiro, sabia que seria animada, queria que tudo estivesse pronta e fazer dessa festa a melhor de todas, melhor do que a das outras comunidades. Hoje também sentia que seria o dia em que o ‘rapaz do interior’ e ela iriam dar seu primeiro beijo, vinha esperando esse momento já faz tempo.
O ‘coordenador da comunidade’ não sabia bem o que fazer de tantas coisas a serem feitas, corria para cá, para lá e tudo ia fazendo, a procissão tinha saído quase tudo do jeito que planejavam, não foi melhor porque a cachorrada achou de fazer aquela briga toda, logo naquela hora, mesmo no meio de todo mundo. Estava alegre com o movimento de tanta gente. Um pouco longe, avistou o barco de um ‘homem da cidade’, gente importante que vinha chegando; a festa ia ficar melhor ainda, com autoridade presente, a festa é outra história.
Com vestido novo e batom nos lábios, ela se sentia a rainha da festa, do outro lado do salão, o ‘rapaz do interior’, era só pavulagem, o orgulho de saber que aquela cabrocha, era a sua, o fazia o maior de todos; com o seu olhar, Rosinha fazia questão de afirmar os sentimentos do amado.
O barco do ‘homem da cidade’ atracou no porto, arrumaram a prancha e todos desceram; foram saudados animadamente por toda a comunidade, soltaram os últimos fogos que tinham. O ‘presidente da comunidade’, era só dentes, dizia a todos, vejam como a nossa comunidade é forte, até autoridade vem para nossa festa.
A comitiva do ‘homem da cidade’ se instalou num canto do salão, ocupando várias mesas e com todo seu poder, foi mandando servir cerveja à vontade para todos, arrematou galinhas, patos, tartarugas, tudo em homenagem a São Pedro, sabia que o padre ia ficar feliz com aquele dinheiro. Dando um giro com o olhar pelo salão, seus olhos encontraram uma belezura, linda cabocla, jovem, não podia resistir aquela beleza, menina nova era seu fraco.
Pediu para um dos seus puxas-saco que não medissem esforço, nem dinheiro para levar a menina ao camarote do barco e depois desse o sinal que ele ia descer para lá. Aí pela uma da manhã o sinal foi dado. A ‘menina do interior’ amanheceu mais ensangüentada do que no dia anterior.
Dias depois o pai da ‘menina do interior’ cai doente, com muita insistência da mulher, rumaram para a cidade, mundo estranho esse, depois de muito esperar, foram atendido pelo médico que disse, vai ter que ficar hospitalizado, antes que esqueça, essa é a receita dele e entregou na mão da mulher um papel com um monte de rabisco, que para quem não sabe ler não fazia nenhum sentido.
Com o papel rabiscado na mão e acompanhada pela filha, saiu do hospital em direção a farmácia. Só veio, a saber, quanto custava o valor daqueles rabiscos quando o moço disse o preço dos remédios, meu Deus, uma fortuna, e agora? Teu pai não pode ficar assim, precisa desses remédios, não conhecia ninguém que podia ajudar. A única idéia que veio na cabeça, foi ir na casa do ‘homem da cidade’, a filha não queria ir, mas foi convencida pela mãe, a vida do marido era a coisa mais importante para ela.
Chegando a casa, foi bem atendida pelo ‘homem da cidade’ que não tirava os olhos da filha, a mãe, colocou a situação e ele foi solícito, encaminhando a mulher para a farmácia mais próxima, calculando o tempo, teria meia hora com a pequena, seria uma eternidade de prazer. Saindo na direção indicada para comprar os remédios, aceitando a sugestão de que a filha podia ficar, estava tão pálida a pobrezinha, homem bom era esse. Devia se candidatar.
No terceiro dia do segundo mês depois de terem chegado da cidade a ‘menina do interior’ se sentiu mal, no desespero narrou aos pais o que tinha se sucedido com ela e os botos no dia da festa de São Pedro. Passado mais três dias, contou aos pais que estava grávida. No sétimo dia, todos na comunidade sabiam que ela está grávida do boto. Completados os nove meses, o filho do boto nasceu e tinha a cara do ‘homem da cidade’.
Os botos brincavam, se exibiam, dava a impressão que queriam dizer alguma coisa a ela, acostumada àquela vida, não ligou muito para aquele espetáculo. De repente foi sentindo uma coisa quente no meio das pernas, se assustou, passou a mão, viu sangue, será que estava doente? Tinha se sentido tão bem esses dias, a dor tinha começado no começo da noite de ontem, um medo percorreu todo seu corpo. Os botos continuavam seu show cada vez mais animados.
Segurando a cuia se inclinou para pegar água, quando sentiu um peso pelo lado do seu corpo, caiu na água e foi sendo levada, arrastada pelos botos, cada um mais animado do que o outro, com os seus focinhos tocavam seu sexo ensangüentado, era uma sensação diferente, tentava nadar, já começava se afogar, eles em cima dela, eram fortes, nadavam rápidos, urfarvam excitados, ela também se sentia excitada, seus corpos no dela, tocando seu órgão genital, quando de repente tudo escureu.
Naquele ano o ‘coordenador da comunidade’ tinha certeza, seria uma das melhores festas de São Pedro que eles viveriam, estava quase tudo arrumado, o andor do santo, o barco que levaria o santo, as bandeirolas, o bar com muita bebida, as galinhas assadas, os bolos e o conjunto que ia animar a festa; e todos na vila estavam contentes, afinal de contas, o padroeiro da comunidade tinha mandado muitos peixes para eles, fazia tempos que eles não tinham pescaria tão boa. A hora já avançava, a gente das comunidades vizinhas já começavam a chegar, é hora de arrumar as últimas coisas. Pensava porque o padre não vinha, só aparecia ali atrás de dinheiro e olhar para a mulher de todo mundo!
A ‘menina do interior’ despertou, sentiu o corpo um pouco doloroso, viu que estava um pouco mais abaixo de onde se encontrava a tábua de lavar, foi para lá, tinha que lavar a louça, hoje havia muitas coisas a serem feitas, era dia de festa do padroeiro, sabia que seria animada, queria que tudo estivesse pronta e fazer dessa festa a melhor de todas, melhor do que a das outras comunidades. Hoje também sentia que seria o dia em que o ‘rapaz do interior’ e ela iriam dar seu primeiro beijo, vinha esperando esse momento já faz tempo.
O ‘coordenador da comunidade’ não sabia bem o que fazer de tantas coisas a serem feitas, corria para cá, para lá e tudo ia fazendo, a procissão tinha saído quase tudo do jeito que planejavam, não foi melhor porque a cachorrada achou de fazer aquela briga toda, logo naquela hora, mesmo no meio de todo mundo. Estava alegre com o movimento de tanta gente. Um pouco longe, avistou o barco de um ‘homem da cidade’, gente importante que vinha chegando; a festa ia ficar melhor ainda, com autoridade presente, a festa é outra história.
Com vestido novo e batom nos lábios, ela se sentia a rainha da festa, do outro lado do salão, o ‘rapaz do interior’, era só pavulagem, o orgulho de saber que aquela cabrocha, era a sua, o fazia o maior de todos; com o seu olhar, Rosinha fazia questão de afirmar os sentimentos do amado.
O barco do ‘homem da cidade’ atracou no porto, arrumaram a prancha e todos desceram; foram saudados animadamente por toda a comunidade, soltaram os últimos fogos que tinham. O ‘presidente da comunidade’, era só dentes, dizia a todos, vejam como a nossa comunidade é forte, até autoridade vem para nossa festa.
A comitiva do ‘homem da cidade’ se instalou num canto do salão, ocupando várias mesas e com todo seu poder, foi mandando servir cerveja à vontade para todos, arrematou galinhas, patos, tartarugas, tudo em homenagem a São Pedro, sabia que o padre ia ficar feliz com aquele dinheiro. Dando um giro com o olhar pelo salão, seus olhos encontraram uma belezura, linda cabocla, jovem, não podia resistir aquela beleza, menina nova era seu fraco.
Pediu para um dos seus puxas-saco que não medissem esforço, nem dinheiro para levar a menina ao camarote do barco e depois desse o sinal que ele ia descer para lá. Aí pela uma da manhã o sinal foi dado. A ‘menina do interior’ amanheceu mais ensangüentada do que no dia anterior.
Dias depois o pai da ‘menina do interior’ cai doente, com muita insistência da mulher, rumaram para a cidade, mundo estranho esse, depois de muito esperar, foram atendido pelo médico que disse, vai ter que ficar hospitalizado, antes que esqueça, essa é a receita dele e entregou na mão da mulher um papel com um monte de rabisco, que para quem não sabe ler não fazia nenhum sentido.
Com o papel rabiscado na mão e acompanhada pela filha, saiu do hospital em direção a farmácia. Só veio, a saber, quanto custava o valor daqueles rabiscos quando o moço disse o preço dos remédios, meu Deus, uma fortuna, e agora? Teu pai não pode ficar assim, precisa desses remédios, não conhecia ninguém que podia ajudar. A única idéia que veio na cabeça, foi ir na casa do ‘homem da cidade’, a filha não queria ir, mas foi convencida pela mãe, a vida do marido era a coisa mais importante para ela.
Chegando a casa, foi bem atendida pelo ‘homem da cidade’ que não tirava os olhos da filha, a mãe, colocou a situação e ele foi solícito, encaminhando a mulher para a farmácia mais próxima, calculando o tempo, teria meia hora com a pequena, seria uma eternidade de prazer. Saindo na direção indicada para comprar os remédios, aceitando a sugestão de que a filha podia ficar, estava tão pálida a pobrezinha, homem bom era esse. Devia se candidatar.
No terceiro dia do segundo mês depois de terem chegado da cidade a ‘menina do interior’ se sentiu mal, no desespero narrou aos pais o que tinha se sucedido com ela e os botos no dia da festa de São Pedro. Passado mais três dias, contou aos pais que estava grávida. No sétimo dia, todos na comunidade sabiam que ela está grávida do boto. Completados os nove meses, o filho do boto nasceu e tinha a cara do ‘homem da cidade’.
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